São Paulo, 03-05-2013
Olá, eu sou Raily Arraveny de Almeida da
Silva. Tenho 20 anos e gostaria de contar a minha historia de amor e
minha luta contra o câncer. Sou da cidade de Lobato, Paraná, onde moro
com minha família e onde trabalhava como vendedora em uma loja de
eletrodoméstico e fazia faculdade de estética e cosmético e já era
apaixonada por Pedro Henrique, que residia na mesma cidade.
Em
março de 2012, quando completamos dois anos de namoro, descobrimos que
eu estava doente. Minha família sofreu muito ao saber o diagnóstico de
linfoma. Foi como se a gente tivesse sido atropetrolado pela vida! De
momento eu pensei: meu deus, o que aconteceu? Foi aí que tomei uma
decisão.
Falei pra minha mãe: não vamos chorar. Vamos ser fortes.
Quero gravar uma música que fala em que realmente acredito. Com ajuda
de amigos músicos gravamos “Anjo guardião”. Tudo aconteceu no mesmo dia.
Eu e o Pedro sabíamos que seria difícil e que a jornada não seria
fácil, mas será que nós estaríamos preparados?
Alguns dias depois
chega o Pedro em minha casa, acompanhado por sua mãe, avó, meu pai, meu
irmão, cunhada e alguns amigos da família. Olhando em meus olhos, me
disse: Raily, pra mim já é na saúde, na doença, na alegria e na tristeza
e estou pronto para enfrentar essa batalha. Me deu uma aliança e me
pediu em casamento. Pensa, que emoção...
Em 28-05-2012 demos
início ao tratamento de quimioterapia vermelha, ao mesmo tempo estava me
preparando para o casório. E o grande dia chegou. Dia 03-11-2012, um
pouco sofrida pelas quimios, mas muito feliz. Afinal, estava casando com
o grande amor da minha vida. Com a benção de deus e a ajuda dois pais e
dos amigos foi tudo de bom. O casamento foi no sábado e na
segunda-feira já estava eu para minha realidade!
Mas depende de
você o jeito que quer enfrentar essa tempestade. Deus tem que estar
presente vinte quatro horas na sua vida, principalmente quando acha que
não tem mais jeito para você.
Fiz uma apresentação de abertura do
rodeio de Lobato. O Pedro entrou na frente com a bandeira de nossa
senhora e logo atrás eu entrei cantando “Romaria”. Tinha acabado um
ciclo de quimio, mas é possível louvar a Deus. Na dor, a fé te acalenta.
Quando
eu estava na 9ª sessão de quimio, senti que as coisas não estavam indo
bem. No dia 13-03-2013, decidimos vir pra são Paulo para ter uma segunda
opinião. Foi ai que as coisas se complicaram. O médico disse o
seguinte: Você não pode voltar para o Paraná. Já perderam tempo demais.
Seu tratamento está inadequado, feito de forma totalmente errada e já
perderam tempo demais e hoje tem bem menos chances de cura.
Meu Deus, viemos para uma consulta e ter que ficar aqui, fora do meu
mundo, tudo estranho para mim. Mas como Deus não abandona os seus
filhos, com ajuda de amigos viemos para a AMEO (Associação da Medula
Óssea, organização não-governamental), que nos acolheu e onde permaneço
hospedada com minha mãe, que é uma guerreira e que também lutou conta o
câncer e hoje, ainda em tratamento, segue com sua missão.
Estou em tratamento na Santa Casa a onde sou muito bem tratada com
todos os parâmetros que preciso. Fiz quimioterapia de resgate, estou em
procedimento para o auto-transplante de medula (autólogo) e posso dizer
que não é fácil. São reações do tratamento, a saudade do marido que
sempre que pode vem me ver, a saudade da família. E assim vou seguindo
em frente, sempre em um só pensamento. Deus se alegra com quem é forte e
determinado. Um abraço a todos. Beijos. Raily Arraveny de Almeida da
Silva.
Raily, você é um exemplo para todos nós! Continue com a sua fé!
Um grande beijo!
Matéria retirada do site da Ameo.