terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fontes de células


Fontes de células mãe/progenitoras para a realização do TMO

• Coleta da medula óssea (crista ilíaca ou bacia)

As células-tronco hematopoiéticas ou células-mãe são colhidas com agulhas especiais diretamente da região posterior da bacia, o que exige anestesia geral ou peridural para que o doador não sinta dor. O procedimento tem duração de 60 minutos e é importante destacar que não é uma cirurgia, ou seja, não há corte, nem pontos. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para sua casa no dia seguinte. A sensação do doador na região da nádega permanece em média por uma semana( 2 a 14 dias). A dor é referida como a causada por uma queda ou uma injeção oleosa. Não fica cicatriz, apenas a marca de 3 a 5 furos de agulhas.

• Coleta de células progenitoras do sangue periférico ( por aférese)

As células são coletadas( filtradas) do sangue em circulação. As células-tronco a serem transplantadas não são encontradas normalmente na circulação sanguínea e para serem coletadas são primeiramente estimuladas a se multiplicarem na medula óssea, e migram para a circulação. Esse resultado é obtido com a injeção de proteínas chamadas de fatores de crescimento, como o fator estimulador de colônias de granulócitos, ou G-CSF. Esse fator de crescimento é administrado diariamente como uma pequena injeção subcutânea, durante 4 a 5 dias e os sintomas são semelhantes a uma gripe.


Para colher as células-tronco para o transplante, um equipamento separador de células (máquina de aférese) retira o sangue de uma veia do braço, extrai as células-tronco e a seguir devolve o sangue para o corpo do paciente. Esse processo pode exigir que o paciente fique no hospital por 4 horas em média. O procedimento não causa dor, não há necessidade de anestesia geral e as células são armazenadas até o momento do uso.

• Cordão umbilical e placentário(SCUP)

As células do sangue de cordão umbilical são ricas em células progenitoras hematopoiéticas e podem ser congeladas no momento do parto . Os bancos de sangue de cordão umbilical (BSCUP) mantém estas células congeladas por longo tempo, disponibilizando-as como uma fonte alternativa para os pacientes que não possuem um doador HLA compatível.

A utilização das células do cordão apresentam algumas vantagens ,pois o risco de doença enxerto contra hospedeiro é menos agressiva devido a imaturidade celular e o tempo para encontrar um cordão compatível é menor, mas como desvantagem, a recuperação é mais lenta e o número de células no cordão é limitado, sendo viável apenas para pacientes com até 50kg.

Bancos de Sangue de Cordão Umbilical estão sendo criados em diversos países. No Brasil, o Ministério da Saúde regulamenta a operação dos bancos de sangue de cordão umbilical. As instituições vinculadas ao programa são: INCA - CEMO; Hemocentro de Ribeirão Preto - SP; UNICAMP - Campinas - SP e o Hospital Israelita Albert Einstein.

Primeiras células-tronco embrionárias brasileiras



Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) produziram as primeiras células-tronco embrionárias humanas do Brasil. É o primeiro resultado prático obtido no país desde a legalização das pesquisas com embriões humanos. Leia mais!


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) produziram as primeiras células-tronco embrionárias humanas do Brasil.

É o primeiro resultado prático obtido no país desde a legalização das pesquisas com embriões humanos, pela Lei de Biossegurança, em 2005. Questionada na Justiça, a lei foi reconfirmada em maio deste ano pelo Supremo Tribunal Federal.

Para obter a linhagem estável, cientistas do Instituto de Biociências da Universidade usaram 35 embriões que estavam congelados em clínicas de fertilização in vitro —e que foram doados pelos genitores.
A pesquisa da USP começou em 2006 e conseguiu a primeira linhagem células-tronco embrionárias há cerca de três meses. Somente agora, contudo, Lygia da Veiga Pereira, líder do grupo de pesquisa, diz poder afirmar que as células produzidas são realmente células-tronco embrionárias.

"Observamos características mínimas que nos dão a certeza de que as células produzidas são células-tronco embrionárias. Elas são pluripotentes, ou seja, têm capacidade de se tornar diferentes tipos de células. Já conseguimos que elas virem células musculares e neurônios", explica.

Segundo a pesquisadora, as células-tronco embrionárias foram testadas em animais e o efeito foi muito positivo, superior ao resultado obtido com células-tronco adultas. "A melhora em testes para Parkinson e lesões da medula, por exemplo, é muito boa. Mas ainda precisamos de mais resultados para fazermos testes clínicos em humanos. O modelo animal ainda deve se manter forte aqui no Brasil", salienta.

Já nos Estados Unidos, Pereira aponta que o grupo Geron entrou com pedido no FDA (Food and Drug Administration), órgão regulamentador do país, para começar os testes clínicos em humanos. "Esse tipo de teste ainda não foi aprovado, mas em um ano as primeiras aplicações já devem ocorrer", sentencia.

Para ela, a autonomia em relação a linhagens estrangeiras representa o principal avanço para a pesquisa nacional. "Agora que conseguimos desenvolver células-tronco embrionárias no Brasil, não dependemos mais de células vindas de outros países para realizar nossas pesquisas".

"Estamos dez anos atrasados em relação ao mundo. Em 1998, surgiu a primeira linhagem de células-tronco embrionárias nos Estados Unidos. Mas isso não quer dizer que temos que evoluir dez anos. Já usamos as metodologias mais modernas", pontua a pesquisadora.

Lei de Biossegurança

A pendência quanto à legalidade da lei não impediu a pesquisa, mas atrapalhou. "Como o governo manteve o financiamento, a pesquisa continuou sendo desenvolvida enquanto a ilegalidade do uso de células embrionárias era discutida. Mas isso gerava insegurança. A pesquisadora Ana Maria Fraga teve sua bolsa negada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) porque o órgão não podia se comprometer a pagar o auxílio por cinco anos sendo que a pesquisa poderia se tornar ilegal em pouco tempo", diz Pereira.

Quem precisa de Transplante de Medula Óssea?


O Transplante de Medula Óssea (TMO) é indicado principalmente para o tratamento de doenças que comprometem o funcionamento da medula óssea, como doenças hematológicas, onco-hematológicas, imunodeficiências, doenças genéticas hereditárias, alguns tumores sólidos e doenças auto-imunes.

Doenças Onco- hematológicas

-Leucemias Agudas e Crônicas
-Linfomas de Hodgkin e não Hodgkin
-Mieloma Múltiplo
-Síndrome Mielodisplásica(SMD)

Doenças Hematológicas

-Aplasia Medular ou Anemia Aplástica Severa
-Anemia de Fanconi
-Hemoglobinapatias: Anemia Falciforme e Talassemia
-Hemoglobinúria Paroxística Noturna

Imunodeficiências

-Congênitas ou primárias e secundárias


A indicação do transplante depende, em geral, da doença e da fase da doença em que os pacientes se encontram. Para muitos casos, não há como controlar a doença. Somente com a quimioterapia e radioterapia convencional e a realização do transplante podem ser o melhor recurso terapêutico para alcançar a cura.

Novo Projeto da Fundação Ary Frausino para pesquisa e controle do câncer


Projeto:
Melhoria das Instalações da Unidade Pediátrica de Transplante de Medula Óssea do INCA e a Promoção do Cadastro de Doadores Voluntários de Medula Óssea

Regiões Beneficiadas:
Todos os Estados do Brasil.

Objetivos:

- Instalação de três leitos pediátricos no Centro de Transplantes de Medula Óssea (CEMO).
-Desenvolvimento de um programa de captação de doadores de medula óssea para inscrição no Registro Nacional de Medula Óssea (REDOME).

Benefícios e metas a serem alcançadas:
- Aumentar o número de transplantes através de doadores não-aparentados.
- Redução de custos com doadores internacionais.
- Agilidade no processo de transplante.